“Musicais no Cinema” chega ao MIS

Em parceria com o Musée de la Musique – Philharmonie de Paris, a exposição é apresentada pela primeira vez fora da França e traça um panorama sobre o universo do gênero musical no cinema desde os primórdios do cinema musicado até obras recentes, como o premiado La La Land (2016) e Rocketman (2019), cinebiografia de Elton John.

A partir de fotografias, vídeos, cartazes, documentos de produção, figurinos e depoimentos, a mostra reúne filmes musicais de diferentes partes do mundo, destacando marcos para o gênero, como Cantando na chuva (1952), Amor, sublime amor (1961) e Dançando no escuro (2000). Musicais no cinema ainda destaca figuras importantes do gênero como Fred Astaire, Jacques Demy, Julie Andrews, Cyd Charisse e John Travolta.

A curadoria do Musée de la Musique  é do pesquisador N. T. Binh, enquanto Duda Leite assina a curadoria brasileira. O jornalista e cineasta foi responsável pela adaptação para o MIS, acrescentando espaços e conteúdos inéditos baseados na cultura brasileira, como Esse mundo é um pandeiro, dedicado às chanchadas – subgênero bastante característico da produção audiovisual do Brasil, e uma área que homenageia a atriz e cantora Carmen Miranda.

Dividida em mais de 20 áreas, Musicais no cinema traz entre os destaques uma seção da clássica canção Singing in the rain em diversos filmes nada óbvios. Desde Natalie Portman aos 13 anos ao lado de Jean Reno em O profissional (Léon, 1994) de Luc Besson, até a animação Robôs [Chris Wedge, 2005], a música inesquecível do filme de Stanley Donen e Gene Kelly, encontrou até o cinema brasileiro, em cena do último filme do cineasta Hector Babenco. Já na seção Ghost singers o público conhece as vozes originais de algumas produções. Através de um sistema interativo, o visitante pode escolher alternadamente ouvir a voz original da atriz ou a voz da cantora que a dublou como em My Fair Lady entre Audrey Hepburn e Marni Nixon ou em Cantando na chuva, entre Debbie Reynolds e Betty Noyes. Já na sala Cine musical os visitantes podem assistir cenas icônicas dos filmes musicais como Grease (Randal Kleiser, 1978), Billy Elliot (Stephen Daldry, 2001), Carmen (Carlos Saura, 1983) e Bande à Part (Jean-Luc Godard, 1964).

Mais de 200 filmes de diferentes partes do mundo estão contemplados na exposição que conta com acervo da Philharmonie de Paris, do Acervo Marc Wanamaker|Bison Archives (EUA), itens originais do acervo do MIS e de coleções parceiras como Cinemateca Brasileira, FAAP,  Museu Carmen Miranda, do Rio de Janeiro, entre outras, incluindo acervos particulares como do diretor Roberto Farias (1932-2018), responsável pela direção dos musicais estrelados pelo cantor Roberto Carlos. Dentre os itens, a mostra apresenta cartazes, vídeos, documentos de produção, figurinos, curiosidades sobre as montagens, tanto do ponto de vista técnico como estético, além de depoimentos gravados exclusivamente para a exposição no MIS.

O auge das famosas e carnavalescas “Chanchadas”, produzidas principalmente nas décadas de 1940 e 1950, eram esnobadas pelos críticos de cinema da época e adoradas pelo público, que lotava as salas de cinema para ver nomes como Grande Otelo, Oscarito, Vera Regina, Adelaide Chiozzo, Emilinha Borba, José Lewgoy, Ankito, Anselmo Duarte, Ivon Curi, entre muitos outros. O público terá a ótima oportunidade de redescobrir chanchadas clássicas dirigidas por mestres como Watson Macedo, Lulu de Barros, Vitor Lima, Carlos Manga e J.B. Tanko, entre outros.

A partir do final da década de 1960, o cinema brasileiro descobriu o filão dos “filmes feitos para jovens”, sempre com números musicais com os astros da sua época. Uma das sessões da exposição será dedicada a estes filmes. Entre eles, estão os filmes “new wave” dos anos 1980, que retratavam a cena do rock brasileiro, como a trilogia de Lael Rodrigues Bete balanço (1984), Rock estrela (1986) e Radio pirata (1987), além de Areias escaldantes (1985) de Francisco de Paula, com participações dos Titãs e de Lobão e os Ronaldos.

Uma prova de que os musicais no cinema continuam mais atuais do que nunca, são os chamados “biopics” ou “cinebiografias”, que estão entre os maiores sucessos do cinema nacional contemporâneo. Filmes como Elis (2016) de Hugo Prata, Tim Maia (2014) de Mauro Lima, e Simonal (2018) de Leonardo Domingues resgatam nomes fundamentais da história da música popular brasileira.

 

MUSICAIS NO CINEMA

  • De 13 de novembro a 16 de fevereiro de 2020
  • Horário: Ter a sáb, das 10h às 20h ; dom e feriados, das 10h às 19h
  • Ingresso R$ 30,00 (inteira) e R$ 15,00 (meia).
  • Ingressos antecipados no site: //bileto.sympla.com.br/event/62567/d/73206
  • Entrada gratuita às terças-feiras e para crianças até cinco anos
  • Classificação indicativa Livre
  • Museu da Imagem e do Som – MIS
  • Avenida Europa, 158, Jardim Europa, São Paulo

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Foto de Adriana Mingorance
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