Dia Nacional do Combate à Cefaleia

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A maioria das pessoas em algum momento da vida já sentiu a incômoda dor de cabeça. Mas infelizmente muitos sofrem de dor crônica. Dor é apenas um dos sintomas da enxaqueca, e outros que, normalmente, não são ligados à enxaqueca, como enjoo ao andar de carro ou ao sentir cheiro forte, também são importes para a avaliação médica e o tratamento. Reconhecida popularmente pela dor intensa, pulsante e lateral, a enxaqueca crônica tem outros sintomas desconhecidos da maioria da população e que podem retardar o diagnóstico desta doença que compromete bastante a qualidade de vida dos pacientes.

Como existem mais de 150 tipos diferentes de dor de cabeça, ainda é frequente encontrar pacientes que pouco conhecem sobre o distúrbio ou não procuram o médico especialista por confundir a enxaqueca crônica com uma dor de cabeça mais comum.
Segundo a Sociedade Brasileira de Cefaleia, a enxaqueca é uma doença neurológica que afeta 15% da população no Brasil, o equivalente a 30 milhões de pessoas, sendo que a prevalência mundial no sexo feminino é de 20%, número três vezes maior do que nos homens. Já a enxaqueca crônica, um tipo de disfunção ainda mais intenso e que tem como principal característica a dor por pelo menos 15 dias a cada mês, com duração de mais de quatro horas por dia, por mais de três meses, já tinge cerca de 2% da população mundial.

Apesar de ser uma doença grave e sem cura, a enxaqueca crônica pode ser controlada por meio de cuidados e tratamentos. Para que a disfunção possa ser diagnosticada corretamente, o médico neurologista ou especialista em dor precisa ter detalhes sobre as crises, por isso, um diário é sempre um suporte útil. Nele, o paciente anota por cerca de 30 dias informações que considerem:

– Horário de início da dor
– Duração
– Intensidade
– Localização
– Fator desencadeante da crise naquele dia
– Frequência
– Relação das crises com a luminosidade, sons, odores e clima.

Para o Dr. Leandro Calia, neurologista do hospital Albert Einstein, esse é um dos pontos mais complicados para adesão a qualquer tipo de tratamento de enxaqueca. “As pessoas não gostam de mudar a maneira como vivem, principalmente se isso envolver a forma como se alimentam ou a frequência com que se exercitam, mas para que os resultados sejam bons, as orientações de bons hábitos de alimentação devem ser seguidos”, comenta o médico.

A outra parte da terapia envolve medicamentos e, em alguns casos, aplicações de toxina botulínica A, que reduz de maneira significativa diversos parâmetros relacionados à dor, como número de dias, de crises de dor, intensidade e duração, proporcionando assim uma boa melhoria na qualidade de vida do paciente. Conheça alguns fatores de desencadeamento da dor – estímulos capazes de determinar o surgimento de uma crise de enxaqueca nos indivíduos predispostos:

– Sono: alteração na rotina do sono (prolongado ou reduzido).
– Alimentos e bebidas: alto consumo de bebidas com cafeína, como chá e café, ou a privação da substância para quem consome grandes quantidades durante a semana e não repete a ingestão. Consumo de determinados alimentos e bebidas (variam de pessoa para pessoa) ou jejum prolongado.
– Hormônios: alterações hormonais, como no período menstrual.
– Estresse: estresse causado por diferentes motivos.
– Ambiente externo: exposição a ruídos altos, odores fortes ou temperaturas elevadas.
– Pressão atmosférica: mudanças súbitas de pressão atmosféricas, como as provocadas por voos comerciais.

hqdefaultDr. Leandro Calia
Neurologista do hospital Albert Einstein.

Fontes: Sociedade Brasileira de Cefaleia. Buse DC, Manack AN, Fanning KM, et al. Headache Classification Committee of the International Headache Society (HIS). World Health Organization, Lifting the burden.

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Foto de Adriana Mingorance
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